Há um grupo de tumores de mama denominados como ductal carcinoma in situ (DCIS, na sigla em inglês). Eles não são uma única doença e sim um grupo heterogêneo de lesões em termos de morfologia, alterações genéticas e expressão de biomarcadores. Aí é que entra um grande desafio para a ciência, que é o de classificar quais desses tumores são indolentes de fato (não agressivos) e quais têm o potencial de invadir outros tecidos (não ficando restritos ao canal por onde escoa o leite durante a amamentação).
Isso porque, os DCIS são um subtipo de câncer de mama que por serem considerados indolentes não demandam cirurgia e radioterapia. Por sua vez, é importante identificar quais desses tumores são potencialmente mais agressivos. Hoje, não há biomarcadores capazes de predizer quais DCIS têm de fato esse potencial para se transformar em doença invasiva, mas, conforme descreve uma reportagem da Agência Fapesp assinada pela jornalista Karina Toledo, um estudo liderado por pesquisadores do A.C.Camargo Cancer Center, descreve um conjunto de 26 genes com potencial para se tornarem biomarcadores de agressividade para esse subtipo de tumor. O estudo foi publicado na revista científica Oncotarget e reúne autores também do Sírio Libanês e USP de Ribeirão Preto.
Na entrevista para a Agência Fapesp, a cientista e coordenadora do Laboratório de Genômica e Biologia Molecular do A.C.Camargo, Dirce Carraro, afirma que, se confirmada por novos estudos, a descoberta ajudará a personalizar o tratamento da doença, livrando pacientes com lesões consideradas indolentes de abordagens clínicas mais agressivas.
Reportagem da Agência Fapesp – http://bit.ly/2kbasnt
Paper na Oncotarget – http://bit.ly/2jgAaph